sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O condicionamento operante: definição e aplicações


Por: Bruno Alvarenga Ribeiro.

Chamamos de condicionamento operante o processo pelo qual certa classe de comportamentos fica sob o controle de suas consequências. Esta classe de comportamentos recebe o nome de Operante. O termo faz referência ao fato de que esta classe de comportamentos opera no meio modificando-o, e por sua vez estas modificações também alteram o comportamento.

O comportamento operante foi descoberto por B. F. Skinner. Primeiro Skinner começou trabalhando com animais em laboratório. No seu clássico experimento um rato ou um pombo foram colocados em uma caixa experimental. Nesta caixa existia uma barra e/ou um disco (botão) e um recipiente que liberava água ou comida. O rato ou o pombo privados da água ou comida tiveram acesso tanto a água ou a comida toda vez que exibiram um certo comportamento. No caso do rato o comportamento seria pressionar a barra e no pombo seria o comportamento de bicar um disco (botão) iluminado na parede da caixa experimental.


No entanto, antes das sessões experimentais estes comportamentos não existiam no repertório de comportamentos dos animais. Os mesmos foram modelados. Cada resposta que se aproximava do comportamento almejado (pressionar barra / bicar disco) era imediatamente seguida da consequência ter acesso a comida e/ou a água. Percebeu-se que estas respostas foram se tornando mais fortes. Logo Skinner entendeu que foi estabelecida uma relação de dependência entre a resposta e a consequência por ela produzida (liberação de água ou comida). Ao final do experimento o rato conseguia pressionar a barra e o pombo bicar o disco para que houvesse liberação da comida ou água.

Este simples arranjo experimental foi um passo grandioso, pois ele levou à descoberta da classe de comportamentos que Skinner chamou de operantes. Diferente dos comportamentos respondentes, o comportamento operante não é causado por um estímulo que antecede a sua ocorrência. O comportamento operante é causado (determinado) pelas consequências que produz, pelas alterações que provoca no ambiente. A descoberta da classe de comportamentos operantes rompe com o paradigma de causalidade linear mecanicista.

Rompe porque demonstra que nem todo comportamento é provocado por estímulos que antecedem sua ocorrência, e porque demonstra também a necessidade de se entender a relação que o comportamento estabelece com o meio ao seu entorno para que este possa ser analisado. Sem que conheçamos o comportamento e as modificações por ele produzidas no ambiente, não somos capazes de entender os motivos por trás da sua ocorrência. Disto conclui-se que comportamento é relação e nos dois polos desta relação existem modificações que se processam, e o entendimento do comportamento passa pelo entendimento destas modificações. Um polo é a resposta exibida pelo organismo e o outro polo são as consequências produzidas por esta resposta.

Pode parecer um modelo aparentemente muito simples. No entanto, a coisa fica mais complexa quando descobrimos que a forma como as consequências seguem determinadas respostas são determinantes para a força desta. Mede-se a força de uma reposta pela sua frequência de emissão. Muitas variáveis se interpõem no intervalo entre uma resposta (um curso de ação) e a consequência por ela produzida. A consequência pode seguir imediatamente a resposta, pode segui-la depois de um tempo, ou segui-la depois de ser exibida uma quantidade de vezes etc. Tudo isso faz diferença na análise da resposta, sendo esta a menor fração de uma classe de comportamentos.

Uma classe de comportamentos é formada por várias respostas que têm a mesma função, ou seja, por respostas que produzem o mesmo resultado. Por exemplo, a classe de comportamentos abrir uma torneira pode ser formada por várias respostas que produzem o resultado torneira aberta. Posso abrir a torneira com a mão esquerda, com a mão direita, com as duas mãos, lentamente, vigorosamente etc. Todas estas respostas produzem o resultado torneira aberta. Logicamente que a circunstância em que a torneira é aberta também afeta o comportamento de abri-la. Se for uma torneira com mistura de água quente e fria, posso abrir mais lentamente para testar a mistura. Se abrir rapidamente a água quente posso me queimar, ou se abri-la lentamente a água pode demorar a atingir a temperatura que desejo. Estes exemplos envolvem outros estímulos presentes na circunstância em que o comportamento de abrir a torneira ocorre, mas por enquanto não vamos falar destes estímulos. Fiquemos apenas com a relação entre comportamento e suas consequências.

Vamos dar nomes aos bois, pois assim tudo fica muito mais fácil. Já aprendemos a definir operante. Sabemos que as consequências que um operante provoca são o princípio para entendermos esta classe de comportamentos. Mas estas consequências têm nomes. Vamos introduzir alguns destes nomes (conceitos). Chamamos de reforçadores, estímulos reforçadores ou simplesmente reforços as consequências produzidas por um operante. Estas só podem ser chamadas desta forma se for possível observar que a resposta que gera estas consequências torna-se mais forte. Se isso for observado podemos dizer que existe entre a resposta e a consequência produzida uma relação de contingência. Contingência é um termo técnico para designar relações de dependência entre eventos comportamentais e eventos ambientais.

A relação entre resposta e reforçadores é no condicionamento operante uma contingência. Assim como é uma contingência a relação entre estímulos incondicionado/condicionado e respostas incondicionada/condicionada no paradigma do condicionamento respondente. Dizer que existe uma contingência entre um evento comportamental e um evento ambiental, é o mesmo que dizer que a presença de um aumenta a possibilidade de ocorrência do outro, ou seja, é o mesmo que dizer que existe uma relação de dependência entre estes eventos. Neste sentido, podemos afirmar junto com Skinner que a Psicologia é uma Ciência Natural, pois seu objeto de estudos (comportamento) envolve relações de dependência entre eventos naturais. O vídeo abaixo faz um bom resumo da obra de Skinner e destas relações aqui teorizadas:

                                         

Há dois tipos de operações através do qual as consequências podem modificar o comportamento: operação de reforçamento positivo e operação de reforçamento negativo. Os termos positivo e negativo não têm nenhuma relação com energias positivas ou negativas ou com os efeitos emocionais provocados pela apresentação de reforços negativos e positivos. Energias positivas e negativas são entidades metafísicas que não têm lugar na psicologia skinneriana, são especulações a respeito do comportamento. Não são eventos naturais. Sendo assim, não podem possuir o status de agentes causais do agir humano, assim como a mente e assemelhados. Não podemos, por exemplo, com o conceito de mente (id, ego, superego, inconsciente, cognição etc) fazer qualquer previsão sobre o comportamento humano. Mas podemos com o conceito de reforço criar esta margem de previsibilidade, bastando que se identifique a resposta, o reforço que ela produz e o efeito deste reforço sobre a resposta. Feito isso, posso alterar o comportamento nesta ou naquela direção, bastando que eu modifique a relação entre resposta e reforço. Esta é a vantagem da prosposta de Skinner, pois ela nos permite transitar no mundo dos eventos naturais, o que consequentemente permite também a utilização do método experimental no estudo do comportamento, sendo a utilização deste método um avanço científico considerável, uma vez que o que se estuda no mundo simplificado do laboratório não é diferente do mundo externo, ou seja, não há uma ruptura entre a natureza do mundo dentro do laboratório e a natureza do mundo fora deste. São o mesmo mundo. Existe uma continuidade entre ambos. Sendo assim, as leis descobertas por meio de arranjos experimentais no laboratório podem perfeitamente serem aplicadas ao mundo cotidiano, desde que se resguardem as devidas proporções na complexidade das relações entre eventos ambientais e eventos comportamentais dentro e fora do laboratório.

Voltemos às operações de reforçamento positivo e negativo. Na operação de reforçamento positivo o comportamento é fortalecido por um estímulo que é acrescentado à situação. Diga-se de passagem, que este estímulo é produzido por este comportamento, já que há entre ambos uma relação de dependência. Veja a tirinha abaixo:

                                            Clique na imagem para ampliar.

O comportamento de “olhar de biscoito” de Snoopy é reforçado positivamente por Charlie Brown. Possivelmente Snoopy agiu assim porque outras vezes no passado quando lançou sobre Charlie Brown este mesmo olhar, acabou recebendo alguns biscoitos de chocolate. E há na tirinha informações que nos permite tal conjectura, pois Snoopy afirma ao final: “O velho olhar fixo de biscoito de chocolate”. Certamente este mesmo comportamento foi reforçado positivamente em outras circunstâncias semelhantes no passado, em função disso continua acontecendo. Um estímulo foi acrescido à situação: o comportamento de dar biscoitos por parte de Charlie Brown. Portanto, o termo positivo faz referência ao estímulo que é acrescentado.

Associado ao reforçamento positivo estão os sentimentos de bem-estar, motivação, alegria, exaltação etc. Mas um estímulo não é um reforçador positivo por causa de seus efeitos emocionais, e sim por causa de seus efeitos sobre o comportamento que o provoca. No caso do estímulo reforçador positivo, seu efeito é fortalecer o comportamento que o produz.

É visível como Snoopy ficou feliz. Então há uma relação entre o uso de reforçamento positivo e os sentimentos de alegria, realização, felicidade etc. Se quisermos construir um mundo em que as pessoas sejam mais felizes, temos que pensar no tipo de reforçamento que utilizamos em nossas relações. No entanto, isso não quer dizer que reforçamento positivo reforce apenas comportamentos adaptativos. Ele também pode ser responsável pela produção de comportamentos desadaptativos. Um bom exemplo é a dependência química. A droga enquanto estímulo reforçador positivo reforça todos os comportamentos que envolvem o seu uso, inclusive o tráfico, o roubo etc. E a longo prazo ela destrói relações e também a saúde de seus usuários. Então reforçamento positivo, embora, esteja associado a sentimentos positivos, também pode produzir comportamentos desajustados, por isso se deve tomar muito cuidado ao se analisar um comportamento e as relações que ele estabelece com o ambiente.

Na operação de reforçamento negativo um comportamento é fortalecido pela remoção de um estímulo. Neste caso a consequência do comportamento é a remoção do estímulo. Vejamos a tirinha abaixo:


                                          Clique na imagem para ampliar.

Na tirinha Linus faz o sanduíche para livrar-se da ameaça de agressão. O estímulo (comportamento) “ameaça” é removido pelo comportamento de fazer o sanduíche. Então o termo negativo faz menção ao fato de que um estímulo é subtraído. Este estímulo chamamos de estímulo reforçador negativo, ou simplesmente reforço negativo. No exemplo da tirinha o comportamento de Linus está sendo mantido através de reforçamento negativo. Se Linus agiu tão prontamente é porque provavelmente no passado ele recebeu outras ameaças, e talvez algumas delas chegaram a se concretizar. Associado ao reforçamento negativo está geralmente o sentimento de alívio quando o estímulo reforçador negativo é romovido. Mas quando este ainda está em operação é comum a ansiedade, angústia, medo, apreensão, mal-estar etc. Todos estes são exemplos de reações emocionais que comumente chamamos negativas, mas não é por causa disso que a operação é chamada de reforçamento negativo, mas sim por causa da função que tem o estímulo removido como consequência da ocorrência de um determinado comportamento, e esta função é o fortalecimento deste comportamento.

Vejam, portanto, que as operações de reforçamento, sejam elas de reforçamento positivo ou negativo produzem (fortalecem) comportamento. É bom que isso fique claro, pois comumente reforçamento negativo é confundido com punição. Embora exista uma estreita relação entre as operações de punição e reforçamento negativo, punição não produz (fortalece) comportamento. Punição suprime temporariamente o comportamento punido, mas somente enquanto ela estiver agindo. Cessada a punição o comportamento punido provavelmente volta a ocorrer.

A estreita relação entre punição e reforçamento negativo ocorre porque o agente punidor torna-se por causa do uso da punição um estímulo do qual fugimos ou tentamos evitar. Quando fugimos o comportamento de fuga é mantido por reforçamento negativo. Mas por que o agente punidor pode se tornar por si só um estímulo do qual temos a tendência a fugir e/ou evitar (esquivar)? Aqui aproveitamos para introduzir mais uma operação comportamental relacionada à ocorrência do comportamento operante. Esta operação é chamada de discriminação.

Já entendemos que o comportamento operante é afetado por suas consequências. Entendemos também que a relação entre comportamento e suas consequências é uma contingência. Mas existe outro tipo de contingência quando o que está em jogo é o comportamento operante. Este comportamento também mantém relações de dependência com estímulos presentes no contexto em que ocorre e é reforçado.

Todo comportamento ocorre em um contexto. Os estímulos do contexto podem se associar aos estímulos reforçadores. Quando isso acontece eles adquirem a função de sinalizarem a ocorrência de reforços, sejam eles positivos ou negativos. Estes estímulos são chamados de estímulos discriminativos, e a operação de estabelecimento dos mesmos é chamada de discriminação. Voltemos ao exemplo de Linus e a irmã. Provavelmente Linus foi punido pela irmã outras vezes no passado. Porque isso aconteceu certos comportamentos da irmã se tornaram estímulos sinalizadores de punição. O punho armado da irmã na figura age neste sentido, ou seja, ele sinaliza uma operação de punição em andamento. Para fugir da punição sinalizada pelo comportamento da irmã, Linus acaba fazendo o sanduíche. O comportamento agressivo da irmã é o estímulo discriminativo que tornou mais provável o comportamento de fazer sanduíche por parte de Linus.

Neste exemplo aprendemos algo importante. Estímulos discriminativos não agem como os estímulos incondicionado e condicionado no comportamento respondente. Eles não provocam o comportamento, eles tornam mais provável o comportar-se neste ou naquele sentido. Então os estímulos discriminativos aumentam a probabilidade de ocorrência de um determinado comportamento. A relação entre comportamento, suas consequências e os estímulos do contexto chamamos de contingências do reforço. A análise do comportamento passa pela análise das contingências do reforço.

Estímulos discriminativos também podem sinalizar a ocorrência de reforçamento positivo. Veja a tirinha abaixo:

                                          Clique na imagem para ampliar.

Vemos na cena Snoopy beijando Paty Pimentinha. O beijo de Snoopy sinaliza que ele está disposto a se envolver em outros comportamentos de manifestação de carinho. Quando, por exemplo, o amado quer surpreender a sua amada e torná-la predisposta a manifestar comportamentos de carinho, ele dá a ela um buquê de flores ou a chama para jantar. A surpresa do amado sinaliza que ele está disposto a reforçar comportamentos de carinho de sua amada e sinaliza que naquela noite ele quer um encontro especial. A surpresa sinaliza ainda para a amada que o amado naquela noite está predisposto a ser carinhoso. O buquê ou o convite para jantar são estímulos discriminativos sinalizadores de reforçamento positivo.

Estímulos parecidos, ou seja, que guardam alguma propriedade com algum estímulo discriminativo também têm a função de aumentar a probabilidade de certos comportamentos. Uma mulher com saudades do amado que está viajando pode achar que o viu na rua porque cruzou com algum homem que se parece com ele. O cheiro de um perfume doce pode nos lembrar alguém com quem nos relacionamos no passado e que também usava perfumes doces. Esse princípio chamamos generalização. A generalização ocorre tanto no condicionamento respondente quanto no condicionamento operante.

A mesma operação que produz estímulos discriminativos produz também um tipo de reforço que chamamos reforçadores condicionados. Existem os estímulos reforçadores incondicionados e os estímulos reforçadores condicionados. Estímulos reforçadores incondicionados e condicionados podem ter tanto a função de reforços positivos ou negativos, ou seja, podem reforçar comportamento pela sua adição ou subtração. Estímulos reforçadores incondicionados são aqueles de importância biológica: comida, bebida, sexo, abrigo contra calor ou frio etc. Estímulos reforçadores condicionados são aqueles estímulos que adquiriram a função de reforçar porque foram associados a algum estímulo reforçador incondicionado. O dinheiro é um bom exemplo de reforçador condicionado, pois com ele compramos comida, bebida, nos abrigamos contra o frio e nos protegemos do calor etc. Carinho, afeto, atenção são outros exemplos de reforçadores condicionados.

Desde muito cedo recebemos carinho, afeto e atenção de pessoas próximas de nós. Estes costumam ser acompanhados de comida e bebida. A mãe que amamenta e acaricia seu bebê é a cena perfeita para o estabelecimento destes reforçadores desde muito cedo. Desta forma novos reforçadores vão sendo construídos. Na medida em que novos estímulos ao longo da vida vão sendo pareados (associados) a reforçadores incondicionados ou a outros reforçadores condicionados, vão surgindo novos reforçadores condicionados.

Mas fica a pergunta: por que o reforço reforça? Da mesma forma que a evolução das espécies selecionou alguns comportamentos por causa de seu valor de sobrevivência, selecionou também a capacidade de certos comportamentos serem afetados pelas consequências que produzem. Estes comportamentos são os operantes. O operante corrige uma falha da evolução. A evolução só selecionou aqueles comportamentos adequados ao ambiente em que a espécie se desenvolveu. Num ambiente em constante mutação estes comportamentos selecionados pela evolução não permitiriam a espécie se adaptar eficazmente. Para corrigir esta falha o mesmo processo evolutivo selecionou a susceptibilidade de alguns comportamentos serem afetados por suas consequências, permitindo a espécie se adaptar a novos ambientes pela aquisição de novos comportamentos.

O mesmo princípio presente na seleção de comportamentos que têm valor de sobrevivência para a espécie, opera na determinação (causação) dos comportamentos operantes, ou seja, estes são selecionados pelas consequências que produzem por causa de seu valor adaptativo. Mas este processo também tem uma falha, pois ele pode produzir comportamentos desadaptativos como já tivemos oportunidade de assinalar. Para correção desta falha surgiu a “linguagem” (comportamento verbal). Veja que linguagem está entre aspas porque para o Behaviorismo Radical não existe linguagem enquanto entidade metafísica. Linguagem enquanto sinônimo de língua empregada por um povo é nada mais do que a codificação do conjunto de comportamentos verbais deste mesmo povo, mas deixemos esta querela para outros posts.

Através do comportamento verbal podemos descrever nossos comportamentos e as relações que ele estabelece com o meio, criando para nós mesmos e para a cultura que vivemos regras que evitam que incorramos em comportamentos que podem nos prejudicar e prejudicar aqueles com quem vivemos, ou regras que aumentam a probabilidade de comportamentos que promovam o bem-estar da cultura. Regras do tipo: “o uso de drogas destrói a saúde”. Logicamente que a regra não impede que sejam criadas ocasiões para o reforçamento de comportamentos pouco adaptativos, mas aumentam as chances de acertos e minimiza as chances de erros. O caso das drogas é um bom exemplo, pois a imediaticidade dos reforços positivos produzidos pelo seu uso é muito mais poderosa do que as adversidades produzidas a longo prazo. Mas tudo que a regra faz é sinalizar para estas consequências adversas a longo prazo. Neste caso existem duas contingências concorrendo uma com a outra: a contingência imediata e a contingência a longo prazo.

Portanto, o modelo de causalidade proposto pela psicologia skinneriana apresenta-nos três níveis de seleção: a filogenética, a ontogenética e a cultural. A filogenética diz respeito aos comportamentos selecionados ao longo da evolução da espécie. A ontogenética à susceptibilidade de certos comportamentos serem afetados por suas consequências e a cultural aos comportamentos que permitem-nos descrever as contingências que governam nossos comportamentos nos três níveis. Em outros posts exploraremos com mais detalhes os dois últimos níveis.

Outros artigos semelhantes a este? Abaixo você encontra outras indicações de leituras do Café com Ciência, não deixe de conferir.
Leia mais...

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O condicionamento respondente: definição e aplicações

-->
Por: Bruno Alvarenga Ribeiro.

No post de apresentação do behaviorismo falamos da existência de dois tipos de classes de comportamentos: respondentes, também chamados de reflexos, e operantes. Nos debruçaremos nest post sobre o comportamento respondente. Mas antes vejamos um vídeo bastante ilustrativo. Trata-se de um vídeo que conta a história de como esta classe de comportamentos foi descoberta.

Ivan Petrovich Pavlov é o cientista responsável pela descoberta da classe de comportamentos que chamamos de reflexos. Eis uma descrição suscinta do experimento que levou a descoberta desta classe de comportamentos. A um cão privado de alimentos foi apresentado uma porção de comida. Observou-se que após a apresentação da comida o cão salivou. Acrescentou-se à situação experimental um novo estímulo. Junto com a apresentação da comida tocou-se uma campainha. Depois de seguidas apresentações da comida acompanhada do som da campainha, notou-se que o som passou a provocar a resposta de salivação. No instante 1:14 do filme é dito que o cão de Pavlov aprendeu a antecipar a comida. Supõe-se algum tipo de faculdade mental que permitiu a atencipação da comida. Mas não foi bem isso que aconteceu. O que ocorreu é que outros estímulos da situação experimental, que se associaram ao estímulo comida, passaram adquirir a função de provocar a resposta reflexa de salivação. Pavlov testou este princípio associando o som com a apresentação da comida. Chamamos de condicionamento respondente (reflexo) o processo através do qual um outro estímulo que a princípio era neutro, passa a adquirir a função de eliciar (provocar) uma resposta reflexa. Este estímulo só adquire tal função porque foi associado a um estímulo que tem a função inata de provocar uma resposta reflexa. Chamamos de estímulo incondicionado o estímulo que tem a função inata de provocar uma resposta reflexa. O termo incondicionado faz referência ao fato de que este estímulo provoca uma resposta sem nenhuma necessidade de aprendizagem, ou seja, faz parte da dotação genética do organismo apresentar certas respostas diante de certas modificações no ambiente (estímulos). Por isso muitas vezes as respostas reflexas são chamadas de instintivas, embora o termo instinto faz supor a existência de alguma força oculta capaz de provocar tais respostas.

Não se trata de nenhuma força oculta ou um ellan vital, mas apenas de respostas que foram selecionadas ao longo da evolução das espécies por causa de seu valor de sobrevivência para a espécie. Assim como a evolução selecionou traços anatômicos e morfológicos, ela também foi responsável pela seleção de comportamentos que fossem capazes de aumentarem as chances de sobrevivência da espécie. Da mesma forma a seleção natural selecionou a susceptibilidade de certos comportamentos serem afetados pelas consequências que produzem, comportamentos que chamamos de Operantes. Mas esta é uma outra história a ser abordada em outros posts. Nos interessa no momento a análise da classe de comportamentos que chamamos respondentes. Voltemos então ao que nos interessa.

No instante 2:01 é dito que o cão aprendeu relacionar (associar) o som com a apresentação da comida. Se há alguma associação é aquela que se dá entre o estímulo comida e o estímulo som, e esta associação não se dá dentro do cão em algum tipo de instância mental rudimentar, mas fora do organismo. Se o estímulo que tem a função inata de provocar uma resposta reflexa - uma resposta selecionada pela seleção natural - chamamos de incondicionado, o outro que a ele é associado e passa a adquirir a mesma função é chamado de condicionado. No experimento de pavlov a comida é o estímulo incondicionado enquanto o som é o estímulo condicionado.

A resposta provocada pelo estímulo incondicionado chamamos de resposa reflexa incondicionada. Já a resposta reflexa provocada por um estímulo condicionado chamamos de resposta reflexa condicionada. Em seu experimento Pavlov descobriu dois outros princípios: generalização e extinção.

Uma vez estabelecido o condicionamento de uma resposta reflexa, qualquer estímulo que se assemelhe ao estímulo condicionado é capaz de provocar a resposta reflexa condicionada. Pavlov testou este princípio apresentando sons semelhantes ao som que originalmente foi associado ao estímulo incondicionado (comida). Todos estes sons também foram capazes de provocar a resposta de salivação. Este princípio é chamado de Generalização de Estímulos.

Já o princípio de extinção diz respeito ao enfraquecimento da resposta reflexa condicionada até que esta desapareça. Isso é feito rompendo-se a associação entre estímulo incondicionado e condicionado. Se o estímulo condicionado é apresentado sozinho, com o tempo acaba perdendo sua função de provocar a resposta reflexa condicionada. Ele pode readquirir esta função, desde que, seja novamente associado ao estímulo incondicionado. Pavlov testou este princípio apresentando somente o som, que com o tempo deixou de provocar a resposta de salivação.

Os princípios do condicionamento respondente podem ser aplicados a uma infinitude de situações para explicar o nosso agir, principalmente podem ser aplicados para explicarem nossas reações emocionais, pois parte daquilo que sentimos e expressamos quando nos emocionamos são respostas reflexas. O parceiro que se excita quando vê a lingerie da parceira é um bom exemplo de uma resposta reflexa condicionada. A visão da lingerie foi diversas vezes associada às carícias recebidas durante os momentos de intimidade sexual. Desta associação a lingerie passou a adquirir a função de provocar a resposta de excitação sexual. Está aqui parte da explicação para a formação dos fetiches.

Quando dizemos que nosso estômago embrulha quando estamos na presença de uma certa pessoa, estamos relatando uma resposta reflexa condicionada. Certamente vivenciamos episódios desagradáveis na companhia desta pessoa, ou mesmo ouvimos diversas pessoas falando mal dela, por isso em sua presença nos sentimos nauseados. A pessoa enquanto estímulo se associou aos efeitos dos episódios desagradáveis vividos em sua companhia.

Parte do que acontece nas reações fóbicas são exemplos de repostas reflexas condicionadas. Alguém que um dia tenha presenciado um acidente de automóvel pode sentir-se angustiado, ansioso e nauseado quando entra em um carro. Poderíamos aumentar infinitamente nossa lista de exemplos, mas estes são suficientes para fornecer-nos uma noção da importância desta classe de comportamentos conhecidos como Comportamentos Respondentes (Reflexos).

Outros artigos semelhantes a este? Abaixo você encontra outras indicações de leituras do Café com Ciência, não deixe de conferir.


Leia mais...

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Behaviorismo: a matriz teórica mal amada da Psicologia


Por: Bruno Alvarenga Ribeiro.

Este post pretende apresentar em linhas gerais o Behaviorismo. O Behaviorismo é uma das mais mal amadas e mal compreendidas abordagens teóricas da Psicologia. São frequentes as críticas dirigidas a ele, críticas que muitas vezes são edificadas sobre argumentações frágeis e sensacionalistas. O sensacionalismo se dá em função do Behaviorismo romper com a tradição mentalista em Psicologia e propor uma nova forma de investigação do comportamento humano.

Então neste post duas propostas de Behaviorismo serão analisadas: a proposta de Watson e a de B. F. Skinner. Existem outras propostas, mas nos limitaremos à análise destas duas. Por que somente estas duas? Por motivos óbvios. A proposta de Watson é o princípio de tudo. Ele é o responsável pela cunhagem do termo “Behaviorismo” (Comportamentalismo). Já Skinner apresenta-nos uma proposta capaz de romper com a tradição mentalista em Psicologia, algo que não ocorre totalmente em Watson, definindo assim um programa de estudos adequado à investigação do comportamento de modo geral. E é por causa da capacidade da obra de Skinner em definir um programa de estudos adequado à investigação do comportamento, que seu Behaviorismo, chamado de Radical, ganhou tanta repercussão não somente no interior da Psicologia, como também no interior de outras áreas do saber. Passemos então ao nosso objetivo.

É frequente ouvirmos críticas as mais variadas possíveis sobre o Behaviorismo. Críticas que tratam pejorativamente os conceitos usados pelo Comportamentalista e/ou Behaviorista por não se referirem "ao mais profundo da alma (mente) humana". E se estes conceitos não se referem, não tratam minuciosamente o funcionamento da mente humana, é porque o behaviorista acha desnecessário fazer uso de conceitos metafísicos para explicar o comportamento humano. O behaviorista não desconsidera o mundo privado do sujeito, mas afirma que é possível explicar o comportamento a partir somente da relação entre homem e ambiente.

O behaviorismo nasceu em 1913 com o cientista americano John Watson. Watson teve como pretensão fazer da psicologia uma ciência empírica. Sendo influenciado pelo positivismo comteano que estabelecia como verdade científica aquilo que pudesse ser consensualmente observado, acabou por estabelecer como objeto de estudos da psicologia o comportamento observável, negando, portanto, à mente o status de agente causal do comportamento. Apesar de Watson não negar a existência da mente, ele a ignora por considerá-la substancialmente diferente do corpo, e sendo assim os órgãos sensoriais não poderiam fornecer informações a respeito dessa substância distinta. A causa do comportamento segundo Watson são os estímulos ambientais que atingem o organismo forçando-o a emitir uma resposta. Por este motivo sua proposta de investigação ficou conhecida como a Psicologia do estímulo-resposta.

Mais tarde, entre 1938 e 1945, B. F. Skinner o criador do Behaviorismo Radical, lança seus primeiros estudos definindo o conceito de operante, produzindo assim uma reviravolta nos estudos sobre o comportamento. Com a criação do conceito de operante Skinner rompe com a psicologia do estímulo-resposta e define o seu modelo de investigação do comportamento de modo geral, um modelo baseado na utilização do método experimental, pois o comportamento é um evento natural (evento com dimensões físicas e temporais) como qualquer outro objeto de estudos de outras áreas do saber, podendo, portanto, ser investigado com os métodos das ciências naturais. Então para Skinner a Psicologia é uma ciência natural.

Existem duas classes de comportamentos: respondentes e operantes. Toda obra de Skinner e o modelo de causalidade por ele adotado para explicar o comportamento estão assentados sobre o conceito de operante. É tarefa de outros posts definirem estas duas classes de comportamentos, como também analisar a repercussão do conceito de operante na obra de Skinner. Por enquanto nos contentemos com uma definição geral de operante, de modo a entendermos o que o Behaviorismo Radical tem a nos oferecer quando o assunto é a explicação do agir humano.

Operante é aquela classe de comportamentos que opera no meio ambiente produzindo determinadas modificações. Por sua vez estas modificações também alteram o comportamento, tanto em sua função (sentido/intencionalidade) quanto em sua topografia (forma). Nesta perspectiva o operante é selecionado (determinado) pelas consequências que produz. A grosso modo operantes são aqueles comportamentos que chamamos voluntários. Vejam que eu disse a grosso modo, pois não existe comportamentos voluntários, uma vez que todo comportamento é determinado pelo ambiente e pela história de relações estabelecidas com o meio circundante (físico e social). O termo voluntário está sendo usado para distinguir operantes de comportamentos respondentes (reflexos). Estes últimos ocorrem sem necessidade de aprendizagem, por isso são comumente chamados de involuntários. A título de uma diferenciação grosseira os operantes são produtos de aprendizagem e os reflexos são instintivos. Em outros posts analisaremos e exemplificaremos estes dois tipos de classes de comportamentos.

Voltemos ao que interessa: uma apresentação panorâmica do Behaviorismo Radical. O Behaviorismo Radical não concorda com as prerrogativas do positivismo comteano, ou seja, ele não defende a utilização do critério de verdade por concordância, critério que faz Watson banir da Psicologia os eventos privados, a subjetividade. Mas para Skinner o que é privado não precisa ser mental. Skinner admite o estudo dos eventos privados, eventos que se passam sob a pele. Mas estes continuam sendo eventos naturais. A única diferença entre eventos privados (pensamentos, imaginação etc) e eventos públicos (manifestos) é a acessibilidade.


Comportamentos públicos são acessíveis por todos. Já os eventos privados são acessados somente por quem se comporta. Mas ambos continuam sendo determinados pelo ambiente. Em Skinner a subjetividade encontra lugar, mas não como sinônimo de vida mental, e sim como sinônimo de singularidade. O Behaviorismo Radical admite que cada ser é único, pois cada organismo tem uma história de interações com o ambiente completamente diferentes. Então, de uma ótica do Behaviorismo Radical a subjetividade (emoções, sentimentos, desejos, vontade etc) sempre precisa ser analisada a partir da história de relações estabelecidas entre o organismo que se comporta e os ambientes aos quais este organismo foi exposto ao longo de sua existência.

Portanto, fica claro que a proposta de Skinner não se furta a explicar a subjetividade. Não se trata de uma proposta de Psicologia que nega as emoções e os sentimentos. A obra de Skinner resgata as emoções e os sentimentos, ou seja, resgata a subjetividade, mas mostrando que esta não é sinônimo de vida mental. O que é privado não precisa ser mental. E por ser privado não precisa ser banido do quadro de estudos da Psicologia. A acessibilidade aos eventos privados é uma dificuldade, mas não um impedimento ao estudo deste tipo de evento. Em outros posts veremos como Skinner analisa a questão das emoções. 

Leia mais...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Psicologia: uma visão geral


Por: Bruno Alvarenga Ribeiro.

Definir o que é Psicologia não é uma tarefa muito fácil. No imaginário coletivo muitas vezes a Psicologia está associada ao ocultismo. É como se o Psicólogo fosse alguém capaz de usar certos poderes místicos, poderes que o capacitam para mergulhar no mais profundo da mente humana. Isso não é verdade em dois sentidos.


Primeiramente, o psicólogo não é alguém que possui poderes místicos, muito, embora, não seja incomum ouvir relatos sobre profissionais, que na prática clínica usam de artifícios que remontam à prática do ocultismo. Há quem faça uso de tarô, velas coloridas com incensos, promete regressão a vidas passadas etc. Mas nada disso pertence ao arsenal de instrumentos de intervenção que gozem de respaldo científico e muito menos de respaldo legal.

Estas práticas não guardam qualquer relação com o trabalho do profissional da Psicologia. Não são reconhecidas cientificamente e nem juridicamente. O uso deste tipo de intervenção é passível de denúncia aos órgãos responsáveis pela fiscalização da profissão: Conselhos Regionais de Psicologia e Conselho Federal de Psicologia. São práticas que levam a crença em filosofias religiosas muito particulares, e é vedado ao Psicólogo, conforme o Código de Ética dos Profissionais da Psicologia, a utilização de qualquer tipo de prática que possa induzir convicções religiosas.

Se não é verdade que o profissional da Psicologia é alguém que possua poderes místicos, também não é verdade que ele seja capaz de mergulhar na mente humana. Pode parecer estranho fazer tal afirmação, tendo em vista que que etimologicamente Psicologia signifique “estudo da mente”. Psi – letra grega que significa alma ou mente – e logia – estudo. Então a Psicologia seria a ciência que estuda a mente humana.


Há controvérsias a este respeito. A definição de Psicologia vai depender da abordagem teórica utilizada para entender o que é a própria Psicologia. Na Psicologia temos diversas abordagens teóricas. O que são abordagens teóricas? São teorias, são explicações sobre certos aspectos do mundo em que vivemos. Há teorias sociológicas, que tentam explicar o funcionamento da sociedade. Há teorias psicológicas, que tentam explicar o funcionamento do ser humano. Há diversas teorias em cada campo do saber científico. Cada uma ao seu modo tenta explicar o seu objeto de estudos.

Então na Psicologia temos diversas explicações sobre o funcionamento do ser humano, diversas tentativas de explicações que tentam dar conta da complexidade do comportamento humano. Mas temos basicamente dois tipos de teorias: as teorias mentalistas e as não mentalistas.

As teorias mentalistas são aquelas que tentam explicar o comportamento humano invocando a existência de estruturas, instâncias e processos mentais. Um exemplo de teoria mentalista é a Psicanálise, cujo criador é Sigmund Freud. Todo mundo um dia já ouviu falar de Freud ou de Psicanálise. A Psicanálise fala da existência de certas instâncias (estruturas) mentais responsáveis pelo funcionamento do ser humano, pelo seu comportamento. Basicamente são três estas estruturas: id, ego e superego. Cada uma delas responsáveis por certas funções.

                                             Sigmund Freud

Mas a Psicanálise já não é unanimidade na Psicologia há algum tempo, mas isso não nos interessa no momento. O que nos interessa é saber que existem outras formas de explicar o comportamento que não sejam somente através da invocação de estruturas e processos mentais. Pode parecer estranho afirmar que a Psicologia pode não ser a ciência da mente e sim a ciência do comportamento. Isso soa estranho porque estamos acostumados demais a ouvir dizer que a Psicologia é a ciência da mente.

Lembram que afirmei agora há pouco que há basicamente dois tipos de teorias em Psicologia? Existem as mentalistas, e a Psicanálise foi citada como exemplo, embora não seja a única. Existem inúmeras outras teorias mentalistas. No entanto, existem também as teorias não mentalistas. Estas são teorias que não invocam a existência da mente para explicar o agir humano. E o maior representante destas teorias é o Behaviorismo Radical de B. F. Skinner.

                                                          B. F. Skinner

Não é interesse no momento esclarecer o que é o Behaviorismo Radical. Isso será feito em outros posts. O que interessa é deixar claro que existem outras propostas de psicologia que não necessariamente apelam para a existência de estruturas mentais para explicar o comportamento humano. Estas teorias geralmente possuem um viés mais “sociológico”, pois atribuem ao ambiente físico e principalmente social o papel de agente causador do comportamento. Normalmente rompem com o individualismo mentalista, pois demonstram que a mudança do comportamento é produto da mudança do ambiente em que esse comportamento ocorre. Não haveria mudança de comportamento sem mudança do ambiente.

Até aqui aprendemos uma coisa importante: a definição de Psicologia dependerá da abordagem teórica que sustenta a própria definição. Aprendemos também que há diversas abordagens teóricas em psicologia, mas que basicamente elas podem ser divididas em mentalistas e não mentalistas. Mentalistas invocam a existência da mente para explicar o comportamento. Não mentalistas atribuem ao ambiente o papel de agente causador do comportamento.

Assim como há uma variedade de abordagens em Psicologia, há também uma variedade de áreas em que o psicólogo pode atuar. Tradicionalmente quando se pensa no trabalho do psicólogo, inevitavelmente se pensa na atuação clínica. A clínica é apenas uma das áreas em que o profissional da Psicologia pode trabalhar. Há outras. Citemos algumas: organizacional (empresas), jurídica, hospitalar, educacional, esportes etc.

A atuação em cada uma destas áreas será condicionada pelo olhar teórico do Psicólogo. Também as técnicas de intervenção serão condicionadas pelo olhar teórico. Indiferente da área de atuação o papel do psicólogo é promover o bem estar do ser humano. Ele faz isso de diversas formas, mas principalmente ajudando as pessoas a entenderem e modificarem suas emoções e comportamentos.

Outros artigos semelhantes a este? Abaixo você encontra outras indicações de leituras do Café com Ciência, não deixe de conferir.


Leia mais...

Apresentação do Blog e de Seu Autor

Sou Psicólogo formado pela UEMG Campus de Divinópolis-MG desde 2001. Tenho MBA em Liderança e Gestão de Pessoas e sou especialista em Políticas de Assistência Social e Gestão do SUAS. Sou docente do Centro Universitário de Formiga-MG (UNIFOR-MG). Na prática clínica trabalho com a Terapia Comportamental de orientação behaviorista radical.

Dizem que boa parte da vida dos mineiros se passa na cozinha, que a cozinha é o lugar mais íntimo da casa, lugar onde a vida ganha sabor. E por que ela não pode ganhar sabor com um pouco de conhecimento científico? Dizem também que a troca de confidências na cozinha das casas mineiras é regada com um bom café. Como bom mineiro que sou convido o leitor a tomar um bom café regado com um pouco de conhecimento científico. Quero que neste blog você se sinta na cozinha saboreando um bom café, café acompanhado da companhia distinta de bons textos fundamentados cientificamene, textos que pretendem apresentar ao leigo a Psicologia de uma forma acessível e degustável. Mas a Psicologia que aqui se pretende apresentar estará fundamentada na mais mal amada de todas as abordagens psicológicas: o  Behaviorismo Radical de B. F. Skinner. Mal amada porque é pouco difundida e por isso mal entendida. O leitor verá que há sabor na proposta de Skinner, e que ela tem muito a nos oferecer não somente no que se refere a uma nova forma de entender o comportamento humano, mas também no que se refere a construção de uma nova sociedade, de uma sociedade que garanta a sobrevivência da espécie humana.

Leia mais...