Por: Bruno Alvarenga Ribeiro.
Comecemos com uma historinha. Certa
vez numa experiência quatro cegos foram convidados a dizer o que era um
elefante depois de apalpar uma das partes do seu corpo. O primeiro
apalpou a tromba e disse: um elefante é como uma mangueira de incêndio. O
que apalpou a orelha retrucou dizendo: não é nada disso, um elefante é
como uma grande folha, plano, porém espesso. Logo o terceiro cego, que
havia apalpado uma das pernas mencionou: um elefante não é uma mangueira
e nem mesmo uma grande folha, um elefante é como um grande poste de
madeira. O quarto cego depois de apalpar a calda disse sorrindo: vocês
estão todos enganados, um elefante é como um chicote, fino e com pêlos
em sua extremidade.
E se um dos cegos tivesse a
brilhante ideia de questionar: um elefante não seria tudo isso que
mencionamos? Se os cegos tivessem trabalhado juntos e somado as
percepções não teriam eles chegado a um denominador comum? Não teriam
eles decifrado o que é um elefante? Muitos supervisores, gerentes e
diretores de empresas são como estes cegos. Só enxergam o seu trabalho. O
seu trabalho é sempre mais importante do que o trabalho da equipe.
Esquecem da valiosa lição de gestão de pessoas que nos apresenta esta
historinha: “o pior cego é aquele que não quer ver”.
O pior cego é aquele que não
quer ver que o sucesso de uma empresa é um produto do trabalho de
pessoas. E o bom gestor de pessoas não coloca a sua visão acima da visão
de seus colaboradores, ao contrário, ele faz com que a visão da equipe
esteja acima dos caprichos individuais. O bom gestor de pessoas não se
prende à sua visão, pois sabe que a sua visão é parte integrante de um
todo formado pela visão dos colaboradores que compõem a sua equipe de
trabalho. O bom gestor de pessoas não é como os cegos da nossa
historinha, ele sabe a hora de renunciar à sua visão, pois compreende
que o seu sucesso individual é fruto do sucesso da equipe.
Mas, o que é Gestão de Pessoas?
Gestão de Pessoas é um conjunto infinito de atitudes para extrairmos das
pessoas o que elas têm de melhor. Pessoas são como um diamante bruto
que precisa ser lapidado. O diamante bruto tem o seu valor? Sim, ele
tem. Mas, depois de lapidado o seu valor fica muito maior. E é isso o
que faz o gestor de pessoas, ele aprimora conceitos e atitudes, primeiro
os seus próprios conceitos e atitudes, depois os conceitos e atitudes
dos seus colaboradores.
Disto inferimos que não há
gestão de pessoas sem inteligência emocional. Ninguém pode gerir o outro
se não pode gerir a si mesmo. Eu sou um bom gestor de pessoas na medida
em que o conhecimento que tenho de mim mesmo me permite prever quais
serão as minhas atitudes em circunstâncias específicas. Se posso prever,
posso evitar aquelas atitudes que têm o potencial de gerar
conseqüências desastrosas para os meus relacionamentos.
Seja inteligente, conheça-te a ti mesmo. Conheça-te a ti mesmo e será um bom gestor de pessoas. Pense nisso!